sexta-feira, 23 de maio de 2014

O raio do deus Toffoli

Pedro Félix[1]
Pedro Félix
Era uma vez um longínquo lugar, que recentemente em um material didático questionável ficava no Ó do mundo. Lá viviam um bando de bugres semialfabetizados e caolhos, juntamente com um grupo menor de “experts” vindos de outros lugares e que tomaram o poder dos ameríndios centrais.
A terra era quente e com árvores pequenas e retorcidas pelo calor. Mas a fartura da fauna, flora e da hidrografia não deixavam ninguém morrer de fome.
As onças andavam no meio das ruas, de prosa com um, ora com outro e de vez em quando comiam alguns para manter a demografia a contento.
Descobriram que tinham um vil metal que era cobiçado por outros de além-mar, ou além-morro de São Gerônimo.  O metal virou bem de troca com as coisas produzidas dentro e fora da terra.
O povo era considerado feio, falava uma língua mais feia ainda e constantemente era repreendido pelos forasteiros.
O lugar por falta de opção de muitos foi se enchendo de gente de todo o tipo, uns sem eira nem beira e outros de origem incerta. “Afua” de “gente” começou a chegar e era preciso organizar o terreiro.
Promessas de organização foram ditas e mal ditas, pelos quatro quantos do lugar.
Uns céticos, não viam com bons olhos os discursos dos forasteiros, enxergando nele suma falha de caráter, mas as promessas e propagandas consumiu a muitos, e uns tais jornalistas,  com discursos afiados convenceram a todos.
Era preciso mudar a casa, começando com a copa, depois a sala e por fim a cozinha.
Tudo era feio segundo os de fora. Então era preciso destruir para reconstruir tudo lindo, moderno.
Contrataram os melhores empreiteiros do lugar. Mas era preciso acertar algumas coisinhas. Quem ia pagar por tudo isso? Onde iriam morar as pessoas desalojadas? Como ficaria o comércio?
Tudo ficou resolvido depois que alguém deu a ideia de procurar o santo graal, que ficava no centro da terra.
Lá morava a fada “maldrinha” que tudo resolvia em caso de caos. De imediato ela pegou sua varinha mágica BNDES e lançou o encanto sobre todos.
E as obras começaram! E também a desordem, o descumprimento dos acordos, as “afinidades” entre os experts e os empreiteiros, e as obras intermináveis. Os caolhos desesperados vendo o lugar todo esburacado,e cheios de dívidas, pediram Help ao Monte Olimpo.
O deus Toffoli antevendo a balburdia geral,lançou um raio sobre esta miserável terra e,  paralisou momentaneamente  o  deus caos  que insistia em comer todos os recursos desse tão longínquo lugar, construído por gente tão honesta e que insiste em ser roubada por um bando de desavergonhado.
Esperem os próximos capítulos. 

[1] Pedro Felix, Historiador e ficcionista. Fonte: http://folhamax.com/opiniao/o-raio-do-deus-toffoli/9952

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