Daniel Melo
Ao
participar do 17º encontro do Movimento Nacional de Direitos Humanos, o
presidente da Fundação Criança de São Bernardo do Campo, Ariel de Castro Alves,
ressaltou a importância da difusão desses valores. "Os direitos humanos
precisam se popularizar. Aqui nós trataremos da educação em direitos humanos.
Uma boa parcela da população tem uma compreensão completamente equivocada sobre
direitos humanos", destacou, em entrevista, o advogado, que também é
vice-presidente da Comissão Especial da Criança e do Adolescente do Conselho
Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Segundo
Alves, a percepção errada sobre o tema existe devido a um estigma que foi
construído principalmente durante a ditadura militar. " Nós temos que
mostrar à sociedade que, no passado, os direitos humanos foram estigmatizados
exatamente porque as pessoas que lutavam por direitos humanos defendiam a
democracia, eram tratadas como terroristas. E hoje, no período democrático, as
pessoas que lutam por direitos humanos são, muitas vezes, tratadas como
defensoras de bandidos".
Essa
noção equivocada faz, de acordo com Alves, com que setores da sociedade
defendam ideias nocivas. Uma pesquisa do Núcleo de Estudos da Violência da
Universidade de São Paulo (USP), divulgada nesta semana, mostrou que quase
metade dos brasileiros concorda com o uso de tortura para obtenção de provas
nos tribunais. "Em um dia pode ser torturado o criminoso, no dia seguinte
pode ser o suspeito e no dia seguinte qualquer um de nós está sujeito a ser
torturado e colocado como criminoso. Temos que mostrar à sociedade que não é
dessa forma, nós temos leis que precisam ser respeitadas" disse Alves
sobre os resultados do estudo.
Para o
coordenador-geral do Movimento Nacional de Direitos Humanos, Gilson Cardoso, a
sociedade organizada tem papel fundamental para garantir o respeito aos
direitos humanos no país. "Governos têm limites, mas a sociedade civil
não, nós temos responsabilidades", destacou Cardoso ao falar para as
delegações de todas as regiões do Brasil. "A história desse país foi
construída, por meio dos movimentos sociais, em vários momentos",
completou.
Na
cerimônia de abertura do encontro, que vai até domingo (10), foram premiadas
pessoas, entidades e iniciativas que se destacaram na defesa dos diretos
básicos do indivíduo. Entre elas, está a defensora pública Daniela Skromov de
Albuquerque, pelo atendimento aos moradores de rua durante a operação policial
para coibir o uso de crack no centro de São Paulo, além do Centro de Direitos
Humanos de Sapopemba, zona leste paulistana. Também está entre os premiados o
Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa Humana de São Paulo (Condepe), pela
atuação no caso da reintegração de posse do Pinheirinho, em São José dos Campos
(SP).
Fonte: www.agenciabrasil.ebc.com.br
Outras
informações: http://www.revistamissoes.org.br/noticias/ler/id/5374
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