domingo, 25 de setembro de 2011

Relações Raciais e Retenção Escolar de Alunos Negros

José Wilson Tavares
Orientadora:
Profª Ms. Vilma Aparecida de Pinho
NEPRE/UFMT[1]

Resumo
As relações desiguais presentes na sociedade brasileira ocupam todos os espaços, mesmo o escolar. O preconceito e a discriminação racial podem ser notados nas relações pessoais. Crianças negras muitas vezes ficam isoladas numa sala de aula.
Daí a necessidade deste trabalho no interior de nossas Unidades Escolares, com a atenção voltada para a questão da retenção e avaliação, buscando detectar em quais momentos isso ocorrem.
Buscar a qualidade educacional só pelo simples desejo de aprovar um grande número de aluno é questionável, pois no interior de nossas escolas identificamos dois alunos desta entrevista que são tímidos e negros, os quais não integram ao corpo da sala, situação esta já elencada neste artigo, mas que nossos profissionais da educação básica não estão preparados para identificar por falta de qualificação, ou bem como, por simplesmente considerar este aluno “preguiçoso, burro e que negro é assim mesmo”.
“Parte expressiva desse grupo ocupa, permanentemente, a base da pirâmide social, sobrevivendo nas condições mais adversas, com poucas chances de realizar seus projetos de ascensão social: idade escolar, moradia, trabalho, etc”.
Palavra chave: Educação, relações raciais, retenção escolar

 Relaciones raciales y referente a la retención de la escuela de pupilas negras

Extracto

Los diversos regalos de las relaciones en la sociedad brasileña ocupan todos los espacios, exactamente perteneciendo usted escuela. Racial la preconcepción y la discriminación se pueden notar en las relaciones personales. Niños negros muchos arados de los teamses aislados en sala de clase.
Allí de la necesidad de este trabajo dentro nuestro de pertenecer usted enseña unidades, con la atención dirigida hacia la cuestión de la retención y la evaluación, buscándole detectó en qué momentos ocurre ésta.
Usted busca la calidad educativa será el deseo simple que usted aprueba solamente grande al número de la pupila es cuestionable, por lo tanto en el interior de nuestras escuelas identificamos dos pupilas de esta entrevista que are tímido y negro, de las cuales no integrarle el cuerpo del cuarto, situación este ya elencada en este artículo, pero eso nuestros profesionales de la educación simbólica de uso múltiple del código de la instrucción del principiante no le está preparada identifica será carencia de la calificación, o bien, considerará simplemente esta pupila inactiva “, burro negro y ése es así igual”.
La “pieza de Expressiva de este grupo ocupa, permanentemente, la base social de la pirámide, sobreviviendo en las condiciones la mayoría de los contrarios, con pocas posibilidades que usted lleva con sus proyectos de la ascensión social: perteneciendo usted enseñe los actos, la cubierta, el trabajo, el etc”.
Llave de la palabra: La educación racial, relaciones, perteneciendo usted enseña la retención

Racial relations and Pertaining to school Retention of Black Pupils  

 Abstract

The different relations gifts in the Brazilian society occupy all the spaces, exactly the pertaining to school. The preconception and the racial discrimination can be noticed in the personal relations. Black children many times are isolated in a classroom.
From there the necessity of this work in the interior of our Pertaining to school Units, with the attention directed toward the question of the retention and evaluation, searching to detect at which moments this occurs.
To search the educational quality for the simple desire to only approve a great number of pupil is questionable, therefore in the interior of our schools we identify two pupils of this interview who are shy and black, which do not integrate to the body of the room, situation this already elencada in this article, but that our professionals of the basic education is not prepared to identify for qualification lack, or as well as, for simply considering this sluggish pupil “ black donkey and that is thus same”.
 “Expressiva Part of this group occupies, permanently, the base of the social pyramid, surviving in the conditions most adverse, with few possibilities to carry through its projects of social ascension: pertaining to school age, housing, work, etc”.

Word key: Racial education, relations, pertaining to school retention

Diante  de  diferentes  aspectos sociais e de realidades antagônicas, o presente artigo propôs conhecer a realidade de grupos de alunos retidos em diferentes séries do ensino fundamental no ano  letivo de 2003, nos estabelecimentos de Ensino do Sistema Estadual e Municipal de Educação: Escola Estadual Profº "Fernando Leite de Campos'', situada na área central da cidade de Várzea Grande e Escola Municipal de Educação Básica Profª 'Maria Barbosa Martins", sediada no Distrito de Bonsucesso, neste mesmo município, com o  objetivo de investigar        os conflitos sócios e a possível discriminação racial e conseqüentemente a exclusão do aluno negro no interior de nossas Unidades Escolares.
As relações desiguais presentes na sociedade brasileira ocupam todos os espaços, mesmo o escolar. O preconceito e a discriminação racial podem ser notados nas relações pessoais. Crianças negras muitas vezes ficam isoladas numa sala de aula.
As instituições educacionais mostram-se omissas quanto ao dever de reconhecer positivamente a criança negra, no cotidiano escolar, o que concorre para o seu afastamento e ao a retenção nos Sistemas Educacionais.
No cotidiano escolar, são muitos os professores  das redes de ensino que não percebem os conflitos raciais entre os alunos e também não identificam em quais momentos ocorrem atitudes e praticas discriminatórias e preconceituosas que impedem a realização de uma educação democrática. 
Daí a necessidade deste trabalho no interior de nossas Unidades Escolares, com a atenção voltada para a questão da retenção e avaliação, buscando detectar em quais momentos isso ocorrem.
Para realizar esta investigação foram coletados dados  na documentação escolar referente ao ano letivo de 2003, buscando identificar os alunos retidos naquele ano escolar. Posteriormente identificados os alunos voltamos à atenção para a documentação pessoal destes alunos ora retidos.
Na certidão de nascimento buscamos identificar sua cor, e na sua ficha individual identificar sua situação escolar e conseqüentemente nos demais documentos sua situação social e a comunidade onde este aluno estava  inserido.
De posse dos dados necessários foram tabulados e quantificados os alunos retidos naquelas Unidades Escolares, no Ensino Fundamental V a VIII nos quais identificamos 49 (quarenta e nove) alunos de 12 (doze) a 18(dezoito) anos retidos em 2003. Deste universo de alunos selecionamos cinco para serem entrevistados, buscando identificar a sua trajetória ao longo de sua vida escolar, nos revelando algumas situações  de cunho  discriminatório em sala de aula no decorrer do ano letivo de 2003, no interior de nossas Unidades de Ensino.
Durante a entrevista uma aluna nos revelou que a professora não sabia o seu nome, e ao se  referir a ela, usava da seguinte expressão: “essa pretinha não senta!”. Meus colegas dirigiam-se a mim com os seguintes apelidos: “minhoca, Milho Preto entre outros”. “Não levo em consideração esses apelidos”.
Outro aluno disse que seu a apelido é “Sertão e Pica Pau”, considera isto “normal e simples, pois todo mundo tem apelido”. Um terceiro aluno nos afirmou que seu apelido é “Veto”, ignorando inclusive o significado real de tal apelido, achando isto normal, uma vez que todos os colegas têm apelido.
Identificamos nestas entrevistas uma espécie de confissão de “meia-culpa” pela retenção, pela falta de interesse e pela bagunça em sala de aula.
Nossas Unidades de Ensino estão totalmente despreparadas em seus programas, por não reconhecem as habilidades de seu corpo discente e inseri-lo em seu planejamento anual. Assim, o discente opta por bagunçar demonstrando total desinteresse pelas aulas.
Essa realidade do interior de nossas escolas não é enfrentada com planos e projetos que busquem oferecer um novo método de ensino, onde sejam privilegiadas as habilidades do aluno em sala, tornando nossa aulas mais produtivas e prazerosas,  visando valorizar as  experiências dos alunos e bem como, auxiliar a nossa comunidade discente no seu desempenho escolar e até profissional.
Buscar a qualidade educacional só pelo simples desejo de aprovar um grande número de aluno é questionável, pois no interior de nossas escolas identificamos dois alunos desta entrevista que são tímidos e negros, os quais não integram ao corpo da sala, situação esta já elencada neste artigo, mas que nossos profissionais da educação básica não estão preparados para identificar por falta de qualificação, ou bem como, por simplesmente considerar este aluno “preguiçoso, burro e que negro é assim mesmo”.
A omissão de nossa sociedade tornou-se uma cumplicidade com situações de antagonismo em nossas Unidades de Ensino, uma vez que numa sociedade onde as maiorias dos seus membros não se declaram negros, mas sim moreno claro ou escuro, buscando o seu branqueamento mental como se isto fosse lhe extinguir os traços culturais de nossos ancestrais.  A cumplicidade social dos governantes e do próprio cidadão, como nos afirma Ana Lúcia E. F. Valente em seu livro da Coleção Polêmica, ser negro no Brasil de hoje: “A sociedade resiste em livrar-se de seus mitos porque é difícil encarar a realidade. Quando se torna impossível sustentar a tensão entre o real e o imaginário, entre o objetivo e o subjetivo, são buscadas medidas paliativas que pouco resolvem. No caso da sociedade brasileira, a realidade é a existência do racismo; o imaginário é a negativa de sua existência”.
Outra situação que tal investigação nos revelou nos documentos escolares é a distorção idade/série, dos quais 86% são negros, nos remetendo para as afirmações de Ivan Costa Lima, “Parte expressiva desse grupo ocupa, permanentemente, a base da pirâmide social, sobrevivendo nas condições mais adversas, com poucas chances de realizar seus projetos de ascensão social: escolarização, moradia, trabalho, etc”.
Assim, concluímos que o negro ainda não integrou a esta nossa escola pública, que se propõe dar uma educação igualitária segundo nossa legislação vigente que estamos vivenciando em nossas relações sociais no interior de nossas Unidades de Ensino.
 
Referencias Bibliográfica

BARBOSA, Irene Maria Ferreira, artigo: Socialização e identidade racial, Marilia-SP – UNESP, NOVEMBRO DE 1997.
VALENTE, Ana Lúcia E.F – Ser Negro no Brasil Hoje. São Paulo. Editora Moderna – Coleção Polêmica-1994.
LIMA, Ivan Costa / Jeruse Romão / Sonia. Silveira (Orgs) – os negros e a escola brasileira, Núcleo de Estudos Negros/NEN. 1999. (Série Pensamento Negro em Educação)

[1] Artigo Escrito com exigência para Conclusão dos Estudos em Nível de Extensão no Curso Trabalhando as Diferenças  no Ensino Fundamental  – Aplicação da  Lei 1.639  de 09 de Janeiro de 2003. UFMT/IE – Universidade Federal de Mato Grosso – Instituto de Educação – NEPRE – Núcleo de  Estudos e Pesquisas sobre Relações Raciais e Educação.

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