quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

BRT ou VLT? Eis a questão...

Marcelo Ferraz[1]

Jornalista Marcelo Ferraz
Não tenho a pretensão de ficar intrometendo em todos os assuntos políticos de MT, mas vejam bem, toda vez que os cidadãos deixam de acompanhar os passos dos governantes, eles tendem a atender os interesses privados e particulares de seus grupos econômicos.
Não estou acusando ninguém dessa prática, porém, vejo que a população de MT novamente pode cair no conto do vigário caso seja influenciada para aceitar o BRT (Bus Rapid Transit).
A nossa santa paciência não vai aguentar mais novas interferências no trânsito da Capital para alargar vias e criar com isso um tráfego exclusivo para esse tipo de transporte. O povo já participou de audiências públicas, já sofreu mais do que “cachorro de bugre” esperando um transporte de qualidade e moderno que quebre o monopólio dessas empresas, que por sua vez, como já foi provado, não têm em sua grande maioria compromisso com a dignidade da população.
Quanto tempo as famílias ficaram sendo humilhadas vendo essas obras de Mobilidade Urbana serem executadas para que se propiciasse o Veículo Leve sobre o Trilhos (V. L.T)? E agora, sem mais sem menos, vem uma nova gestão adversária daquele grupo político que passou pelo Palácio Paiaguás, visando uma saída mais cômoda, para não arcar com mais problemas orçamentários e, por conta disso, podem mudar todo o projeto aprovado pelas comunidades.
Não é por ai que se busca equacionar um problema crônico na baixada cuiabana que é a falta de um transporte de qualidade que efetivamente poderia solucionar o caos do trânsito local.
Penso que depois do imenso investimento nas avenidas da Capital e na região metropolitana de Várzea Grande, voltar atrás e querer readequar esse projeto pelo BRT é brincar com a consciência e o bom senso das pessoas.
Assim sendo, para clarificar o andamento da obra, trago à tona esses dados: a construção do Veículo Leve sob Trilhos de Cuiabá foi iniciada em agosto de 2012 e licitada a um custo de R$ 1,47 bilhão, mas o VLT não ficou pronto a tempo para a Copa.
Atualmente, a obra está parada, com um índice de execução de cerca de 30%. Apenas oito das 52 obras tocadas pela Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo (Secopa) foram, de fato, concluídas pelo governador anterior, Silval Barbosa (PMDB). Outras 22 obras continuam em andamento, 14 foram encerradas sem o recebimento definitivo, sete foram abandonadas e uma não foi executada. Além disso, já foram adquiridos 40 vagões do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), que custaram R$ 497.990.000,00 aos cofres públicos.
Até agora, ainda que apenas 30% da obra tenha sido executada, já foram gastos 64% dos recursos originais, de R$ 1,47 bilhão, ou cerca de R$ 940 milhões. Mas, segundo as contas feitas pelo atual governo, serão precisos mais R$ 800 milhões, o que faria com que o sistema de 23 quilômetros do VLT tivesse um custo total de R$ 1,74 bilhão.
Porém, mesmo com todas essas adversidades aparentes, já existe o projeto de execução, se vai faltar verba para concluir a obra em curto prazo, que se faça uma boa discussão, com transparência revelando a meta orçamentária para esses possíveis caminhos, entretanto, está claro que a viabilidade para o VLT é notória e pública.
Não vamos priorizar interesses particulares em detrimento do bem estar coletivo de um povo que já sofreu por demais da conta diante da desordem urbana que essas obras do VLT provocaram nas duas cidades.
Abrir toda documentação e os trâmites de engenharia (do projeto) para sociedade seria o melhor caminho, pois, mesmo que possa demorar mais alguns anos, com certeza que a estrutura do VLT é a melhor opção para o cidadão ter uma mobilidade mais digna, rápida e bem como sustentável.
Haja vista, que o VLT não agride o ecossistema como BRT agrediria se fosse implantado e nem ficará sendo controlado por um grupo de empresários vorazes em obterem lucratividade excessiva à custa do suor derramado do trabalhador Mato-grossense.

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