Para
tentar melhorar situação, governo criou programa de bolsas para jovens[1]

Para tentar melhorar a situação, o Programa Quero ser cientista, quero ser professor, do Ministério da Educação
(MEC), oferecerá, a partir de fevereiro de 2014, 30 mil bolsas de R$ 150 a
estudantes de Ensino Médio que se dedicarem à monitoria e pesquisa científica e
tecnológica. O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(CNPq) já distribui atualmente 10 mil bolsas no Programa de Iniciação
Científica Júnior. Somadas às que começarão a ser concedidas no ano que vem, o
investimento girará em torno de R$ 66 milhões, sendo aumentado gradualmente até
que se atinja a meta de 100 mil bolsas.
Para o professor de metodologia de ensino de
química da Universidade Federal de Santa Catarina Carlos
Alberto Marques, trata-se de uma boa iniciativa, pois valoriza tanto a pesquisa
científica quanto o interesse pela área por parte dos jovens. O incentivo ao
interesse por disciplinas como matemática, química, física e biologia é
necessário para que os alunos se aproximem desses conteúdos, entende.
"Aprender ciência é difícil. Ela tem que ser bem ensinada e os temas devem
dizer respeito à vida cotidiana, questões tecnológicas, saúde, problemas
ambientais. São disciplinas que exigem um esforço intelectual significativo e
têm que ser tratadas de maneira mais próxima", defende Marques.
O
professor cita ainda um fator curioso que contribui para o desinteresse na
área: a descartabilidade dos produtos que usamos. Se antigamente as pessoas
eram incentivadas a consertar os brinquedos e equipamentos quebrados, hoje
apenas se descarta, perdendo-se a curiosidade pelas ciências exatas.
A
professora do departamento de metodologias de ensino da Universidade Federal de
São Carlos Denise de Freitas critica a transformação de disciplinas das
ciências naturais em memorização e matemática. Esse processo, segundo ela, tira
do aluno a possibilidade de ver a beleza da natureza.
Denise
relata que é comum estudantes de cursos das ciências da natureza abandonarem a
licenciatura. O provável motivo é que a carreira docente na educação básica não
se mostra atraente e a sociedade não reconhece fortemente a profissão. "A
gente reconhece a importância da educação, mas o professor é desacreditado, sua
imagem não é a melhor para um profissional. Qual jovem quer seguir uma carreira
que não tem grande sucesso? Quando optam por isso é pela função social",
afirma.
Mauro
Mendes Braga, professor do departamento de química da Universidade Federal de
Minas Gerais, afirma que a área ainda é um tanto árida e há poucos
profissionais em qualquer parte do mundo. "Nos Estados Unidos, a
matemática é exercida principalmente por orientais e indianos". Quando se
trata de licenciatura, além do pouco interesse pelo campo, pesa também a baixa
valorização do professor. O problema não é somente a remuneração insuficiente,
mas a ausência de reconhecimento da profissão por parte da sociedade. "O
Brasil dá passos muito lentos. É preciso elevar o piso salarial e buscar um
plano de carreira nacional", diz Braga. Salários nesses patamares de hoje
não são atraentes para jovens que têm tantas opções, acredita Denise.
Exterior também enfrenta
dificuldades
Alemanha e Inglaterra são
exemplos na valorização dos professores, afirma Braga. "Mas até mesmo
países pobres, como Cuba, conseguem uma abordagem da educação básica que é mais
adequada à sociedade do que o Brasil", diz.
Marques
relata que, ainda que se valorize a carreira científica, o desinteresse segue
havendo por parte dos jovens europeus e americanos. São os países da Ásia os
que melhor resolveram essa questão. Coreia do Sul e Japão têm sucesso no ensino
de ciência, incentivando desde o ensino fundamental o estudo na área.
Líder no
ranking de educação, a Finlândia também é espelho para a formação de
professores. Há grande procura por docentes de química e física e a profissão
está entre as mais populares. A cada 10 candidatos à carreira de professor
apenas um consegue ingressar, tamanha à concorrência.
Nossa Nota
Para você ler mais sobre a
carreira de docente e bem como a violência contra o
docente, o que leva muitos a desistir da carreira acesse os link:
Violência contra
professores
Carreira perde o
interesse ano a ano
Quanto ganha um
professor no Brasil
Universidade aposta no futuro da profissão
Brasil fica no penúltimo lugar em ranking de
valorização do professor
Educadores vencem dificuldade e transformam processo
de Ensino
0 comentários:
Postar um comentário