domingo, 17 de junho de 2012

Rio+20


O que é?

A Rio+20 é Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável,  ocorre de 13 a 22 de junho, no Rio de Janeiro. Não é uma reunião para discutir meio ambiente, mas sim como as esferas sociais e ambientais, além da econômica, também devem ser consideradas no desenvolvimento de um país.
Para tentar explicar melhor o que é Conferência, a ONG Oxfam fez um diagrama em rosquinha. Ele mostra que a vida humana existe entre um piso e um teto. O piso é a necessidade social de viver, de ter acesso a alimentação, água e conforto. Mas o teto é o quanto o ambiente pode fornecer, sem afetar as gerações futuras. Veja abaixo a imagem e confira o vídeo.

A rosquinha mostra que a vida humana é possível entre o piso das necessidades sociais e o teto da capacidade do ambiente
Sustentabilidade
A definição mais aceita para desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. É o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro. Esta definição surgiu na Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento.

Economia Verde
A chamada "economia verde" é um dos temas centrais da Rio+20. Contudo, os países ainda não chegaram a um consenso sobre a melhor definição e alguns países, inclusive, são contra sua utilização. Mas qual o motivo para tanta controvérsia sobre o tema?
A definição mais básica da economia verde é a que se opõe à economia marrom (a atual), ou seja, seria uma economia mais preocupada com a preservação do ambiente e sem o intenso uso de combustíveis fósseis como carvão e petróleo que são altamente poluentes.
Mas nada é tão simples quanto parece. Para os países em desenvolvimento, representados pelo G77+China, dependendo de como a economia verde for definida no documento final da Rio+20 pode levar a um comprometimento de adesão a padrões tecnológicos e de condicionantes ao financiamento que eles temem não conseguir cumprir. E além, acreditam que os países desenvolvidos podem usar destas regras para criar barreiras a produtos exportados por eles. O que o G77 defende é um desenvolvimento sustentável que leve à erradicação da pobreza e preservação do meio ambiente, mas sem a obrigação de ser por tecnologias verdes (que podem ser caras e produzidas apenas pelos países ricos).
Já a crítica mais pesada vem de ONGs, acadêmicos, cientistas e é compartilhada pelo governo brasileiro: a economia verde se vale do modo de produção e consumo capitalista, apenas tingindo de verde o que realmente é mais danoso ao ambiente. Assim, não adianta consumir produtos que gerem menos prejuízo ao ambiente, mas no ritmo desenfreado de hoje. O fim será o mesmo, só um pouco adiado. 
Por outro lado a questão é: com o empoderamento da população mundial é normal que a busca por conforto e bens aumente. É certo impedir que um chinês tenha carro enquanto o americano tem quase mais de um carro por habitante? A solução seria estimular a mudança do consumo e não só adaptá-lo.
Além disso, outra forte crítica é a mercantilização dos bens naturais. Uma das ideias da economia verde é precificar o meio ambiente, como por exemplo, o Brasil receber para manter a Amazônia em pé e com isso garantir a captura de CO2 e a biodiversidade local. E o mais difícil, descobrir quanto isso valeria. Para alguns ecologistas, não é entrando no mercado que o ambiente será preservado.
Os defensores do mercado defendem que a economia verde tem que ser mais barata do que a marrom para que ela realmente "pegue", já os ambientalistas defendem a vontade política dos Estados para impor sua adoção. E a discussão vai longe...
Fora PIB
O PIB (Produto Interno Bruto) é hoje o principal indicador de desenvolvimento de um país. Quanto maior o PIB, mais desenvolvido ele é, teoricamente. Para alguns, o PIB for per capita é um indicador ainda melhor. Mas ideia que ganha fôlego na Rio+20 é a de que o PIB não é suficiente para medir o desenvolvimento de um país. É necessário envolver também indicadores sociais e ambientais.
O PIB per capita é um indicador melhor, pois divide a riqueza do país pelo número de habitantes, mas não mostra desigualdades sociais. Para medir o desenvolvimento social, o indicador mais utilizado hoje em dia é o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), mas para o ambiente não há um correspondente.
Um dos objetivos da Rio+20 é trazer um caminho para a criação deste índice que una as três vertentes e tem sido popularmente conhecido como índice de felicidade
Sem Protocolos
O objetivo da Rio+20 não é produzir um protocolo ou um documento final com metas que devem ser aprovadas nos países. Ela terá uma carta de intenções para os próximos anos, não muito diferente do que foi a ECO92. Lá foram lançadas Conferências como a do Clima e de Biodiversidade que conseguiram atingir protocolos, como o de Kyoto (para as emissões de gases do efeito estufa) e o de Nagoia (para a biodiversidade).
Com o fortalecimento de programa da ONU para o meio ambiente, a Conferência deve mostrar o caminho para se chegar ao desenvolvimento sustentável sem metas com números
ODS
Assim como temos os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, com metas para acabar com a extrema pobreza e a fome, promover a igualdade entre os sexos, erradicar doenças até 2015, discute-se adotar na Rio+20 os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Ele seria baseado em 26 temas e o prazo seria 2030.
Se todos os temas como energia, segurança alimentar, erradicação da pobreza, água etc. serão abordados e como serão ainda é tema para discussão durante a Conferência. Espera-se que não se fechem as metas propriamente ditas, mas que se abra caminho para defini-las.

Brasil empata com Japão e Reino Unido em novo índice de riqueza da ONU

Maria Denise Galvani
Do UOL, no Rio

Um novo cálculo apresentado neste domingo (17) pelas Nações Unidas tenta integrar aspectos sociais e ambientais ao crescimento econômico para medir o grau de desenvolvimento sustentável de um país. No primeiro relatório do Índice de Riqueza Inclusiva da ONU, que analisou dados de 20 países, o Brasil ficou em quinto lugar -- empatado com a Índia, o Japão e o Reino Unido e na frente de países como Noruega e Estados Unidos.
Pontuar melhor no índice de Riqueza Inclusiva significa ter um padrão de crescimento econômico mais sustentável, na visão da ONU. A China foi a primeira colocada, seguida pela Alemanha.
A ONU comparou o crescimento médio do novo índice, do PIB e do IDH entre os anos de 1990 e 2008, como você vê na tabela ao lado.
"É importante saber o quanto a economia de um país cresceu, mas também como ela cresceu", disse Pablo Munoz, diretor científico do Relatório de Riqueza Inclusiva 2012. "Este índice alia as variações de estoque no capital econômico, no capital humano e no capital natural que sustentam o crescimento do país", afirma Pablo Munoz, diretor científico do Relatório de Riqueza Inclusiva 2012.
O índice foi criado em parceria pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e a Universidade das Nações Unidas sobre Mudança Ambiental Global (UNU-IHDP) e apresentado durante a Rio+20. A Rio+20 é a Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável, que vai até o dia 22 de junho, no Rio.
Alternativa ao PIB
A substituição do Produto Interno Bruto -- a soma de todas as riquezas produzidas por um país -- por um indicador de desenvolvimento sustentável pode ser uma das contribuições da Rio+20 para a comunidade internacional.
"Eu não diria que vamos substituir o PIB como medida de desenvolvimento, já que ele é medido hoje por cerca de cem países, com base em indicadores bastante confiáveis", diz Munoz. "Não sei em quanto tempo isso acontecerá, mas a tendência é que os índices de desenvolvimento evoluam para medir outros aspectos além da produção."
A consequência prática dessa mudança de paradigma seria que não só o crescimento do PIB, mas que indicadores sociais e ambientais motivassem as políticas de cada país. O desafio é chegar a um índice que leve em conta as várias dimensões do desenvolvimento sustentável e seja aplicável internacionalmente, passível de ser medido em todos os países.
Desde a Rio92, quando a revisão do PIB como indicador de desenvolvimento já estava em pauta, surgiram propostas de redefinição do indicador. Poucas, no entanto, foram testadas na prática e adotadas internacionalmente por outros países.
CRESCIMENTO ANUAL MÉDIO DO ÍNDICE DE RIQUEZA INCLUSIVA, DO PIB E DO IDH DE 20 PAÍSES
Índice de Riqueza Inclusiva (%)
PIB (%)
IDH (%)
China (2,1)
China (9,6)
China (1,7)
Alemanha (1,8)
Índia (4,5)
Índia (1,4)
França (1,4)
Chile (4,5)
Nigéria (1,3)
Chile (1,2)
Nigéria (2,5)
Brasil (0,9)
Brasil (0,9)
Noruega (2,3)
Colômbia (0,9)
Índia (0.9)
Austrália (2,2)
Rússia (0,8)
Japão (0,9)
Reino Unido (2,2)
Venezuela (0,8)
Reino Unido (0,9)
Equador (1,8)
Alemanha (0,7)
Estados Unidos (0,7)
Estados Unidos (1,8)
Chile (0,7)
Noruega (0,7)
Colômbia (1,7)
França (0,7)
Canadá (0,4)
Brasil (1,6)
Equador (0,6)
Equador (0,4)
Canadá (1,6)
Noruega (0,6)
Austrália (0,1)
Alemanha (1,5)
Reino Unido (0,6)
Quênia (0,1)
África do Sul (1,3)
Arábia Saudita (0,5)
África do Sul (-0,1)
França (1,3)
Japão (0,4)
Colômbia (-0,1)
Venezuela (1,3)
Quênia (0,4)
Rússia (-0,3)
Rússia (1,2)
Austrália (0,3)
Venezuela (-0,3)
Japão (1,0)
Canadá (0,3)
Arábia Saudita (-1,1)
Arábia Saudita (0,4)
Estados Unidos (0,2)
Nigéria (-1,8)
Quênia (0,1)
África do Sul (-0,1)
A mais conhecida e utilizada das medidas de desenvolvimento alternativas ao PIB é o Índice de Desenvolvimento Humano, medido pela ONU desde 1990. Em 2010, o Índice passou por uma reformulação, a fim de refletir melhor os valores da sociedade com relação a desenvolvimento sustentável.
Fonte: Portal UOL:
http://noticias.uol.com.br/meio-ambiente/ultimas-noticias/redacao/2012/06/17/brasil-empata-com-japao-e-reino-unido-em-novo-indice-de-sustentabilidade-da-onu.htm

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