domingo, 18 de dezembro de 2011

A revolta da natureza

Licinio Carpinelli Stefani

Assistimos a uma mudança climática secundada de cataclismas, que se fazem presentes em todas as partes do globo terrestre. Parece, efetivamente, que a natureza está em revolta contra as agressões humanas. As geleiras derretendo trarão uma modificação substancial nas regiões em seu derredor, sem olvidar as torrentes de água desaguando nos oceanos e elevando seus níveis. Tudo isso sem dúvida colocará em perigo iminente as cidades costeiras com possibilidade da ocorrência de uma inundação desastrosa como conseqüência de um vendaval, tornado ou especialmente um tsunami.
Haverá substancial perecimento de animais, de pássaros, répteis, com ofensa a toda fauna. Aliás, o próprio Brasil, em geral imune a tornados, há cerca de dois anos sofreu em Santa Catarina um vendaval próximo a ser inserido na categoria de tornado. Da mesma forma prossegue o desmatamento. Não só no Brasil, mas no mundo todo. Há poucos dias noticiário internacional falava da extinção do maior felino do mundo, o tigre siberiano como do indiano, decorrente da extinção de seu hábitat natural.
O noticiário aludia quanto à diminuição das reservas destinadas aos gorilas e na África as notícias sobre os belíssimos animais selvagens são as mais desestimuladoras. Na verdade é difícil conseguir conciliar a utilização das áreas rurais aptas a produzir com a preservação do meio ambiente. O aumento indiscriminado da população, sem controle global, tanto ameaça à destruição das áreas verdes como já acena pela disputa próxima dos mananciais de água.
O solo espanhol está principiando a secar e a utilização, sem controle, de ilimitados poços artesianos, interrompendo as veias de água, tornará a terra menos produtiva. No Brasil, infelizmente, sob suposta tese da defesa do meio ambiente, proíbe-se o gado de beber água nos rios, como sempre fizeram e nunca poluíram nada, e se compele o proprietário a fazer poços artesianos para atender a demanda de suas reses.
As enchentes de São Paulo, Santa Catarina e nas demais regiões do país atingiram patamares inusitados. O Vesúvio, pertinho de Nápoles, fumaceia, tenuamente. Outros vulcões de diversas partes dão sinal de não estarem extintos, acenando com sinais ameaçadores de retorno a suas atividades.
Os acontecimentos catastróficos do Haiti devem servir de muita reflexão para todos nós, especialmente para os governantes, que insistem em colocar os interesses produtivos de seus países acima dos interesses gerais de proteção ao ser humano. Não se dá a devida atenção ao aquecimento global, não havendo entendimento das nações sobre o tema, e daí a brutal mudança climática com as conseqüências nefastas. Há regiões marítimas nas quais o fundo do mar está bastante poluído, infestado de lixo, de plástico e nele se jogou, como túmulo, material radioativo. O excesso de pesca colhido nos oceanos levou à escassez do pescado.
Nosso rio Cuiabá é um exemplo desse abuso. Rede para cá e para lá, desrespeito à piracema, toneladas de peixes são arrebanhadas e cadê o pescado? Nessa mesma trajetória caminha o rio Paraguai, Vermelho, Araguaia e São Lourenço e outros, e também o Pantanal, dádiva da natureza.
Enfim, basta abrirmos os jornais para recebermos notícias atemorizadoras nas quais se evidencia os abusos humanos no trato com o globo, que Deus colocou sem impor condições a nossa disposição, como das referentes a revolta desse mesmo mundo, pelas agressões sofridas. Eis o que nos diz as escrituras: Gen.1:26: "Então Deus disse: Façamos o homem a nossa imagem e semelhança. Que ele reine sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais domésticos e sobre toda a terra, e sobre todos os répteis que se arrastam sobre a terra".
Somos péssimos administradores da concessão Divina gratuita. Não sabemos usar e preservar concomitantemente. Usufruímos e não repomos. Colhemos em excesso. Sujamos, depredamos, derrubamos, lançamos, enfim... Não pensamos no futuro, só valendo as conquistas do presente. Colocamos os interesses pessoais, econômicos e governamentais acima de tudo. Restringimos aos nossos filhos e netos usufruírem o que usufruímos. Não interrompemos a senda depredadora e os sinais de alerta vermelho estão mais do que acessos.
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[1] Desembargador aposentado do tribunal de Justina de Mato Grosso e advogado - Fonte: www.midianews.com.br

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