quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Religião e Política

Gabriel Novis Neves[1]
Dr. Gabriel Novis Neves
Recente pesquisa nacional nos informa que noventa e sete por cento dos brasileiros acreditam em Deus.
O assunto religião e fé ficam mais expostos no período eleitoral. Todos os candidatos a cargos eletivos fazem verdadeiras peregrinações pelas igrejas e templos: judaicas, cristãs, africanas, muçulmanas, budistas, islâmicas ou outras de manifestações de cultura religiosa.
Não percebem o ridículo que propiciam aos observadores do comportamento humano. Candidatos hipócritas chegam a manifestar aos mais íntimos que vão a esses santuários sagrados apenas na esperança de conseguir uns votinhos.
É deprimente ver ateus e agnósticos tentarem enganar a si mesmos e aos fiéis.
Demonstram com essa estúpida atitude que não sabem que o papel do Estado é garantir a plena liberdade de culto.
Tentar impor as regras da sua crença religiosa a todos é uma atitude tão fundamentalista quanto a dos estados islâmicos. Se um candidato é católico, evangélico, e fala ao seu público, tudo bem.
O insuportável é explorar a religião no período eleitoral. Que religiosos defendam seus princípios é aceitável. Incomoda é quando a manifestação é unilateral. A subjetividade do outro não é uma doença.
As pessoas têm o direito de combater as coisas mais estúpidas, mas, não impô-las. É a chamada intolerância dos intolerantes. É delicado decidir até onde vai a liberdade de expressão!
Acreditar na Bíblia não é fundamentalismo, e poucos que a leem não acreditam nela, embora afirmem o contrário. A poesia tem uma linguagem simbólica, e a religião também a usa. Os conceitos foram criados e podem ou não serem seguidos, pois fé não se discute, respeita-se.
Nossos políticos têm dificuldade de falar com o povo sobre a sua opção religiosa temendo perder votos. Isso é uma bobagem comparando com o oportunismo eleitoral de declarar o que não é nem nunca foi.
No Brasil existem, declarados, cerca de dois milhões de ateus. Para eles Deus não existe. Esse grupo se assemelha muito aos fundamentalistas. O cristianismo influenciou muito a nossa formação. E a maioria do povo brasileiro é cristã. O Agnóstico não crê em nada, mas é tolerante com outras crenças.
O mundo é dependente da religião. Sejamos prudentes com a razão, que é civilizatória.
No mundo falta tolerância entre as religiões, criando a estupidez silenciosa, que é perigosa. Devemos sempre trabalhar para alargar a tolerância.
As religiões, em geral, têm ideia sobre a vida íntima das pessoas e o Estado não deve se meter nesses assuntos.
Pode haver uma forma de alguém cultivar uma religião e ser mais generoso.
Existem inclusive uns poucos, muito poucos, que apesar de não comungarem de qualquer tipo de religião, são portadores do que é mais importante, uma profunda religiosidade. São pessoas  cujo maior lema é respeitar o outro e suas crenças e diferenças de qualquer ordem.
Todas as religiões têm um efeito formador na nossa sociedade por pregarem valores justos. Disciplinam muito a vida, porém há pilantras entre elas, assim como eles existem em todos os setores da humanidade.


[1] Médico ginecologia e obstetrícia; Professor emérito da UFMT; Sócio fundador da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia de MT; Sócio fundador da Academia de Medicina de MT e seu primeiro presidente; Cronista do cotidiano com alguns trabalhos publicados em jornais e sites. – Fonte: http://www.folhamax.com.br/opiniao/religiao-e-politica/25463

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